O jato supersônico XB-1 recebeu a aprovação da Federal Aviation Administration (FAA), a “ANAC dos EUA”, para quebrar a velocidade do som em seus testes na Califórnia. A chamada Autorização de Voo Especial (SFA) do XB-1 foi obtida pela Boom Supersonic pouco mais de um mês após o jato ser bem-sucedido em seu voo inaugural, em março.

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Com a SFA, agora a Boom começará a expandir os testes com o XB-1 a fim de comprovar a viabilidade do projeto. As próximas fases de avaliação incluirão estudos de consumo de combustível, desempenho e segurança em demonstrações incrementais até a aeronave atingir e ultrapassar a velocidade de Mach 1.

“Após o primeiro voo bem-sucedido do XB-1, estamos ansiosos por seu histórico primeiro voo supersônico. Agradecemos à FAA por apoiar a inovação e permitir que o XB-1 continue seu importante papel de informar o futuro das viagens supersônicas”, disse o CEO e fundador da Boom Supersonic, Blake Scholl.


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Como serão os próximos voos de teste do XB-1?

Nessa nova fase, o XB-1 realizará cerca de 10 a 20 voos de teste antes de quebrar a velocidade do som, de 1.224 km/h. Nessas incursões experimentais, a Boom também fará verificações em todos os sistemas de voo até obter uma margem segura para as fronteiras de vibração, conhecida como flutter.

XB-1 vai iniciar nova fase de testes até estar pronto para quebrar barreira do som (Foto: Divulgação/Boom Supersonic)

Tais operações acontecerão no corredor supersônico de Black Mountain e em parte do corredor de alta altitude no espaço aéreo R-2515, região que tem servido de cenário para inúmeros outros testes aeronáuticos supersônicos de pesquisa e militares.

Tal qual o voo inaugural do XB-1, esses novos testes seguirão contando com um avião de perseguição modelo T-38. Esse tipo de avião acompanha novas aeronaves em operações experimentais e observa como elas se comportam e verificam dados como altitude, velocidade do ar e aeronavegabilidade durante o voo.

Curiosamente, quem pilotou o avião de perseguição do XB-1 durante seu primeiro voo foi o piloto Tristan “Gepetto” Brandenburg. Graduado na Escola de Teste de Pilotos da Marinha dos EUA e do Top Gun Adversary, ele tem 2.500 horas de voo em 30 tipos diferentes de aeronaves e será o responsável pelo primeiro voo supersônico do XB-1.

Tristan ‘Geppetto’ Brandenburg será o piloto responsável por inaugurar nova era da aviação supersônica comercial (Foto: Divulgação/Boom Supersonic)

Se tudo sair conforme o planejado, a nova fase de testes do XB-1 deve ser concluída até o último trimestre de 2024, com o primeiro voo supersônico acontecendo até o fim do ano.

Aviação supersônica não é novidade

Apesar de toda a empolgação em torno do XB-1, a verdade é que a aviação supersônica não é novidade.

Aviões supersônicos são uma realidade comum no meio militar há bastante tempo, com um sem-número de modelos capazes de quebrar a velocidade do som. Para se ter ideia, o North American X-15, tido como o avião mais rápido do mundo, voava a mais de 100 quilômetros de altitude e chegou a atingir uma velocidade máxima de 7.273 km/h, equivalente a Mach 6,85.

Na aviação civil, o modelo supersônico mais emblemático é, sem dúvidas, o Concorde. Tido como um dos aviões mais incríveis da história, ele chamava a atenção por seu bico móvel e por atingir velocidades de até 2.179 km/h. Tal característica permitia essa aeronave fazer o trajeto Paris-Rio de Janeiro, passando por Dakar, em apenas seis horas – metade do tempo de outros jatos comerciais.

Apesar de seu excelente desempenho, o Concorde ficou em operação por apenas 27 anos. Os custos para mantê-lo no ar foram ficando cada vez mais altos e as sucessivas altas no preço do querosene de aviação fizeram a British Airways e a Air France, principais operadoras da aeronave, questionarem a viabilidade e lucratividade do Concorde no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000.

Concorde foi a aeronave supersônica comercial mais emblemática do mundo (Foto: Reprodução/Steve Fitzgerald, Wikimedia)

Porém, foi a queda de um Concorde que decolou do aeroporto Charles de Gaulle, na França, que selou o destino da aeronave. O acidente matou 109 pessoas a bordo e outras quatro no solo. Apesar de as causas do incidente não estarem relacionadas ao Concorde, o caso gerou insegurança nos passageiros, que não queriam mais voar na aeronave, e aos poucos ela foi sendo mantida em solo, até ser aposentada de vez em 2003.

XB-1 é trampolim para o Overture

Desde o fim do Concorde, em 2003, a aviação comercial não viu mais nenhum avião supersônico operar em qualquer rota com passageiros. Porém, há alguns anos alguns projetos de aeronaves desse tipo começaram a surgir, incluindo o XB-1.

O que pouca gente sabe é que esse projeto da Boom Supersonic é, na verdade, uma versão reduzida de um jato comercial maior, chamado Overture, capaz de transportar até 100 passageiros em classe executiva.

Quando estiver pronto, Boom Overture será capaz de transportar até 100 passageiros em classe executiva (Foto: Divulgação/Boom Supersonic)

A empresa afirma que, quando estiver pronto, o Overture conseguirá fazer o percurso Tóquio-Seattle em apenas quatro horas e meia. Porém, até que isso de fato se concretize, a companhia tem um logo percurso a cumprir.

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