Neuralink / chip N1
Chip N1, da Neuralink, usado para processar sinais cerebrais (Imagem: Reprodução / Neuralink)

A Neuralink informou em seu blog que alguns fios do implante do paciente Noland Arbaugh, o primeiro a receber o produto, se soltaram do cérebro. Segundo a empresa, foi necessário calibrar a sensibilidade do algoritmo e fazer ajustes para o equipamento voltar a funcionar.

Em sua publicação, a Neuralink não informa quais os possíveis motivos para os fios terem se soltado. Segundo fontes próximas ao processo ouvidas pelo Wall Street Journal, uma das possibilidades é que haja ar preso dentro do crânio de Arbaugh, uma condição conhecida como pneumocéfalo.

Implante da Neuralink
Implante da Neuralink é colocado no cérebro por um robô cirurgião (Imagem: Reprodução / Neuralink)

A condição não representaria um risco à saúde de Arbaugh. Mesmo assim, a Neuralink considerou remover o equipamento do cérebro do paciente, um processo conhecido como explantação.

O implante do paciente registrou uma redução na taxa de bits por segundo, uma medida da velocidade e precisão para controlar o cursor de um computador usando apenas os pensamentos.

A equipe responsável modificou os algoritmos para compensar a perda, tornando-o mais sensível aos sinais neurais. Além disso, melhorou as técnicas para traduzir estes sinais em movimentos do cursor e aperfeiçoou a interface de usuário.

Na mesma publicação, a empresa diz que Arbaugh conseguiu jogar xadrez online, Mario Kart e Slay the Spire. “Estou vencendo meus amigos em jogos que eu, como tetraplégico, não deveria conseguir”, afirmou o paciente.

Noland Arbaugh é o primeiro ser humano a receber um implante da Neuralink. O modelo aplicado na cirurgia é conhecido como Link. Arbaugh participa do estudo Prime da companhia. O paciente tem tetraplegia desde 2016, quando sofreu um acidente.

A Neuralink, que tem Elon Musk como dono e cofundador, visa desenvolver um aparelho capaz de controlar equipamentos externos, como mouse e teclado, usando sinais neurais. Isso deverá ajudar pessoas com tetraplegia ou doenças degenerativas.

Até chegar ao mercado, o implante terá que passar por muitas etapas de testes e avaliações de segurança. O próprio estudo Prime tem previsão de seis anos até a conclusão.

A Neuralink não está sozinha neste campo. Synchron, Precision Neuroscience, Paradromics e Blackrock Neurotech também desenvolvem sistemas com interfaces cérebro-computador e estão em diferentes fases.

Com informações: Neuralink, Wall Street Journal

Neuralink revela que parte de implante se soltou do cérebro de paciente